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https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11154
???metadata.dc.type???: | Tese |
Title: | ¨Se tem o turismo, pra que se matar fazendo roça?¨ Dinâmicas de trabalho no turismo em comunidades ribeirinhas da RDS do Uatumã/Amazonas |
Other Titles: | “If there’s tourism, why kill yourself working in the fields?” work dynamics in tourism in riverside communities of the reserva de desenvolvimento sustentável do Uatumã/ Amazonas “¿Si existe el turismo, para qué matarse trabajando en el campo?” Dinámicas de trabajo en el turismo en comunidades ribereñas de la Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã / Amazonas |
???metadata.dc.creator???: | Santos, Mayra Laborda ![]() |
???metadata.dc.contributor.advisor1???: | Scherer, Elenise Faria |
First advisor-co: | Cruz, Jocilene Gomes da |
???metadata.dc.contributor.referee1???: | Muller, Ernest Cañada |
???metadata.dc.contributor.referee2???: | Conti, Bruna Ranção |
???metadata.dc.contributor.referee3???: | Silva, Glaubécia Teixeira da |
???metadata.dc.contributor.referee4???: | Cruz, Manuel de Jesus Masulo da |
???metadata.dc.contributor.referee5???: | Rezende, Marília Gabriela Gondim |
???metadata.dc.description.resumo???: | Nas últimas décadas, o turismo consolidou-se como uma das principais estratégias associadas ao chamado “desenvolvimento sustentável” em áreas protegidas da Amazônia. Sob esse discurso, políticas públicas passaram a fomentar atividades turísticas como alternativa econômica para comunidades tradicionais, sem, contudo, considerar plenamente suas especificidades territoriais, modos de vida e formas de trabalho. Partindo desta constatação, a pesquisa tem como objetivo central compreender as dinâmicas de organização do trabalho no turismo de pesca e as alterações que ocasionam nos modos de vida ribeirinhos e na regulação do metabolismo social na Comunidade Bela Vista, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDSU). No plano metodológico, adotou-se uma abordagem qualitativa, norteada pela perspectiva crítica. Realizaram-se dois trabalhos de campo empírico na RDSU, em 2022 e 2023, envolvendo conversas informais, entrevistas narrativas e semiestruturadas com os trabalhadores do turismo, moradores da comunidade e representantes de instituições do terceiro setor atuantes na região. A observação do cotidiano de vida e trabalho durante a temporada de pesca esportiva, aliada aos registros em caderno de campo, forneceu dados relevantes para a composição da análise. Os achados revelam que o turismo de pesca, longe de oferecer uma solução harmoniosa entre conservação ambiental e desenvolvimento local, opera como um mecanismo de reconfiguração territorial que impõe novas hierarquias, dependências e formas de exploração. Os trabalhadores ribeirinhos são inseridos em circuitos econômicos marcados pela informalidade, subordinação e ausência de direitos trabalhistas. A retórica institucional da sustentabilidade encobre a lógica da mercantilização da natureza e da cultura. Nesse cenário, a figura do “estranho” — como a Usina Hidroelétrica de Balbina, a institucionalização da RDSU e o próprio turismo - introduz lógicas e expectativas alheias ao território, interferindo nas formas de organização comunitária e reconfigurando os modos de vida locais em função das demandas do mercado e das políticas públicas. Embora legitimadas pelo discurso do desenvolvimento local e da conservação, tais intervenções frequentemente reforçam assimetrias históricas e promovem uma colonização simbólica dos saberes e práticas locais. A pesquisa contribui teórica e empiricamente para o debate sobre turismo, trabalho e conservação na Amazônia ao evidenciar como o suposto modelo de sustentabilidade turística promovido na região é ancorado em dispositivos neoliberais de gestão da vida e do trabalho. Ao revelar como políticas públicas e lógicas de mercado se entrelaçam para moldar subjetividades empreendedoras e reforçar estruturas de dependência, a tese propõe uma reflexão crítica sobre os sentidos do trabalho, da natureza e da participação nos projetos de “desenvolvimento” impostos às comunidades tradicionais amazônidas. Conclui-se pela construção de formas de governança territorial e de políticas públicas que reconheçam a centralidade do trabalho, da justiça social e da autodeterminação das comunidades tradicionais no enfrentamento das desigualdades socioambientais que marcam a Amazônia. Nesse sentido, o turismo de base comunitária e as experiências de economia solidária despontam como alternativas capazes de tensionar a lógica vigente, ao valorizar saberes locais, fortalecer a autonomia comunitária e favorecer novas formas de regulação do metabolismo social da natureza. |
Abstract: | In recent decades, tourism has become consolidated as a strategy for sustainable development in protected areas of the Amazon. Under this discourse, public policies have increasingly promoted tourism activities as an economic alternative for traditional communities, without, however, fully considering their territorial specificities, ways of life, and modes of labor. Based on the observation that scientific production on tourism in conservation units tends to emphasize economic aspects to the detriment of social and labor dimensions, the research aims to understand the dynamics of work organization in fishing tourism and the changes they cause in riverside lifestyles and in the regulation of social metabolism in the Bela Vista Community/RDSU. At the methodological level, a qualitative approach is updated, guided by a critical perspective. Two empirical fieldworks were carried out in the RDSU, in 2022 and 2023, including informal conversations, narrative and semi-structured interviews with tourism workers, community residents and representatives of third sector institutions that operate in tourism in the RDSU. Furthermore, observation of daily life and work during sport fishing, combined with field notebooks, provided relevant data for the composition of the critical analysis. The results reveal that fishing tourism, far from representing a harmonious solution between environmental conservation and local development, functions as a mechanism for reconfiguring the territory that imposes new demands, dependencies and forms of exploitation. Local workers, most of whom belong to riverside communities, are inserted in economic circuits marked by informality, subordination and lack of labor rights. The institutional rhetoric of sustainability encompasses the logic of the commodification of nature and culture. In this scenario, the figure of the “stranger” — the Balbina Hydroelectric Power Plant, the institutionalization of the RDSU, the arrival of tourism and many others — acquires centrality: these are the agents that introduce logics and expectations external to the territory, interfere in the forms of community organization and reconfigure local ways of life according to market demands and public policies. Their presence, although legitimized by the discourse of local development and nature conservation, often reinforces historical asymmetries and promotes a symbolic colonization of community knowledge and practices. The research contributes to the debate on tourism, work, and conservation in the Amazon by highlighting the limits of the sustainability paradigm when anchored in neoliberal mechanisms of managing life and work. By revealing how public policies and market logic intertwine to shape entrepreneurial subjectivities and strengthen structures of dependency, the thesis proposes a critical reflection on the meanings of work, nature, and participation in “development” projects imposed on traditional Amazonian communities. It is concluded that there is an urgent need for models of territorial governance and public policies that recognize the centrality of work, social justice, and the self-determination of traditional communities in addressing the socio-environmental inequalities that characterize the Amazon biome. |
Keywords: | Turismo sustentável - Amazônia Sociologia rural Ecoturismo - Amazônia |
???metadata.dc.subject.cnpq???: | CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS: TURISMO CIENCIAS HUMANAS: SOCIOLOGIA: SOCIOLOGIA RURAL |
???metadata.dc.subject.user???: | Turismo de pesca Turismo de base comunitária Trabalhadores Trabalho Amazônia |
Language: | por |
???metadata.dc.publisher.country???: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal do Amazonas |
???metadata.dc.publisher.initials???: | UFAM |
???metadata.dc.publisher.department???: | Centro de Ciências do Ambiente |
???metadata.dc.publisher.program???: | Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia |
Citation: | SANTOS, Mayra Laborda. ¨Se tem o turismo, pra que se matar fazendo roça?¨ Dinâmicas de trabalho no turismo em comunidades ribeirinhas da RDS do Uatumã/Amazonas. 2025. 285 f. Tese (Doutorado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus (AM), 2025. |
???metadata.dc.rights???: | Acesso Aberto |
???metadata.dc.rights.uri???: | https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11154 |
Issue Date: | 23-Jun-2025 |
Appears in Collections: | Doutorado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia |
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