@PHDTHESIS{ 2022:1852123017, title = {Agrobiodiversidade, segurança e soberania slimentar na Terra Indígena Uaçá, Oiapoque - Amapá}, year = {2022}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9049", abstract = "Frente as aceleradas mudanças nos contextos agrícolas mundiais, com tendência ao monocultivo, à homogeneização e a perda da variabilidade genética das espécies cultivadas, a presente pesquisa teve como objetivo principal demonstrar a importância dos conhecimentos dos povos indígenas na conservação da agrobiodiversidade e sua relação com a segurança e soberania alimentar na Terra Indígena (TI) Uaçá, Oiapoque (AP). A pesquisa foi de natureza predominantemente qualitativa, através de uma abordagem interdisciplinar. A pesquisa de campo foi realizada por meio de estudo de caso, com quatro viagens a campo, duas no período seco e duas no período chuvoso. O estudo de caso permitiu o uso de técnicas interdisciplinares como: listagem livre, observação direta, observação participante, entrevistas semiestruturadas, análise documental, análise de fotos e vídeos. Inicialmente o trabalho apresenta uma introdução e metodologia geral com a descrição da área de estudo e dos povos indígenas que vivem na TI Uaçá. Também são apresentados conceitos importantes à discussão, como agrobiodiversidade, conhecimentos indígenas, segurança e soberania alimentar que estão relacionados com os capítulos posteriores. A proposta do trabalho, que parte de uma pesquisadora indígena, é que os conhecimentos indígenas sejam os condutores das reflexões, permitindo o entrecruzamento com outros conhecimentos, para além dos marcos teóricos da ciência ocidental. As análises dos dados indicam que os conhecimentos dos povos indígenas do Oiapoque confluem para a conservação da agrobiodiversidade local e são expressos, sobretudo, em símbolos, rituais, artefatos, cantos, alimentos, cultivo de plantas e manejo de animais. A tese está dividida em três capítulos estruturados em forma de artigos. No primeiro capítulo descrevo o sistema agrícola dos povos indígenas do Uaçá e suas dimensões material e imaterial. O segundo capítulo, que se encontra publicado em revista científica, discorre sobre relação entre a agrobiodiversidade e a segurança e soberania alimentar indígena no extremo norte do Amapá. No terceiro e último capítulo proponho uma discussão sobre familiarização de espécies vegetais, em diálogo com as discussões antropológicas sobre o tema, considerando que o conceito de domesticação apresentou algumas lacunas para explicar a relação dos povos indígenas do Uaçá com as plantas, sobretudo com a mama maiõk (mandioca selvagem da montanha). Destaco que este último capítulo foi submetido a revista científica e encontra-se em fase de avaliação. Dentre as principais conclusões da pesquisa ficou evidente que o manejo da agrobiodiversidade que os povos indígenas do Uaçá desenvolveram ao longo do tempo, permite condições de sustentabilidade e soberania alimentar para sobreviverem em diversos ambientes, como campos alagados e terra firme. Ademais, lhes garante uma dieta rica e equilibrada em proteínas animais, frutas coletadas e cultivadas, mandioca e seus derivados, dentre outros produtos de preferência local, variável de acordo com a sazonalidade. Outro ponto relevante é pensarmos a roça enquanto um importante locus de produção do conhecimento e socialização indígena, com múltiplas dimensões que fortalecem as relações sociais dentro e fora da Terra indígena. Com isso, esperamos ter contribuído para estabelecer o necessário diálogo entre os conhecimentos indígenas e o conhecimento científico, além de fortalecer a produção científica amazônida.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia}, note = {Centro de Ciências do Ambiente} }