@PHDTHESIS{ 2022:790181678, title = {No banzeiro das águas e das relações: entre cheias e ameaças de desterritorialização – identidade, histórias e memórias de resistência da Comunidade Ribeirinha Tradicional de São Carlos, no Baixo Madeira (Porto Velho/RO)}, year = {2022}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9361", abstract = "Esta pesquisa tem por objetivo evidenciar as características de identidade coletiva, relacional e de resistência simbólica, as quais caracterizam São Carlos como uma comunidade ribeirinha tradicional. Partimos da hipótese de que São Carlos resiste e é ponto simbólico e estratégico de manutenção das comunidades do seu entorno e do Baixo Madeira, mesmo frente aos processos de redefinições territoriais, aos conflitos socioambientais e às redefinições identitárias impostas pelo poder capitalista globalizador a estas comunidades. Como objetivos específicos se elegeu: reconstituir a história da comunidade de São Carlos; identificar, a partir do cotidiano, elementos constituintes do ser, do viver e do fazer dos moradores de uma comunidade ribeirinha tradicional e o que gera o senso de pertencimento à comunidade e ao território; evidenciar os impactos e as consequências da grande cheia de 2014 sobre a vida, a identidade e o território dos moradores da comunidade de São Carlos; analisar os efeitos das ações ou omissões do poder público em São Carlos simultâneas às mobilizações e redefinições territoriais impostas às comunidades tradicionais, que ocorrem no âmbito dos grandes projetos e políticas exploratórias de recursos naturais (missões, borracha, ouro, agronegócio, usinas hidrelétricas etc.). A pesquisa foi realizada com o auxílio da observação participante e da etnografia, tomando por base os princípios da Teoria da Complexidade e da Teoria da Ação. O arcabouço teórico e conceitual se fundamenta nos autores: Gluckman (1987); Leach (1995); Clifford Geertz (2008, 2014); Bourdieu (1997); Feldman-Bianco (2010); Van Velsen (2010); Ades (2004); Canabarro; Moser; Ernesto (2018); Morin (2005, 2011); Santos (2002); Hall (1997, 2009); Bhabha (2014); Edir Pereira (2014); Marco Teixeira (2008, 2009); Baraúna (2014); Little (2004). O arcabouço narrativo foi constituído a partir de 29 entrevistas estruturadas e semiestruturadas, gravadas/filmadas, e pelas impressões desencadeadas e relatadas mediante inúmeras outras entrevistas informais com diversos moradores da comunidade de São Carlos, com os quais foi mantido assíduo contato nas mais de 30 visitas a campo. Os princípios da História Oral foram fundamentais para a composição do arcabouço narrativo e para o registro dos relatos e testemunhos das pessoas que sofreram/sofrem, no mais profundo de seus corpos, mentes, casas, pertences, plantações e criações, essas consequências, dores, traumas, medos e perdas ocasionadas pelas cheias e pelas redefinições territoriais. Neste estudo foram registrados os impactos desencadeados pelos processos de redefinições territoriais os quais passaram/passam a comunidade ribeirinha tradicional de São Carlos e as comunidades do entorno, a partir das dimensões de identidade, dos conflitos socioambientais, dos efeitos sociais e das lutas pelo desenvolvimento sustentável, pelo território e pelas características tradicionais. Assim, espera-se que esses estudos e registros possam contribuir para minimizar os impactos socioculturais e socioambientais ocasionados pelos processos de deslocamentos territoriais e servir de parâmetro para futuras mobilizações e redefinições territoriais nas comunidades tradicionais do estado de Rondônia e da Amazônia.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Antropologia Social}, note = {Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais} }