@PHDTHESIS{ 2025:996694924, title = {Etnoarquitetura Ambiental Amazônica: habitação e transporte, uma sustentabilidade dos povos e do viver amazônico}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10926", abstract = "Este estudo investiga a etnoarquitetura das comunidades ribeirinhas amazônicas, com foco nas práticas construtivas, nos significados simbólicos das habitações e nos meios de transporte fluvial, bem como nas suas relações com os contextos natural e cultural. A pesquisa se desenvolve na comunidade Nossa Senhora das Graças, no município de Manacapuru-AM, e parte da premissa de que as práticas arquitetônicas ribeirinhas integram elementos materiais e simbólicos, constituindo-se como expressões da identidade cultural e da adaptação ao ambiente. A etnoarquitetura é aqui abordada como um campo interdisciplinar que articula arquitetura, antropologia e ecologia, possibilitando a análise da forma como os saberes tradicionais moldam o espaço construído em resposta às dinâmicas ambientais da Amazônia. A pesquisa destaca a influência dos ciclos hidrológicos sobre as soluções habitacionais e de mobilidade, revelando como o conhecimento empírico acumulado ao longo de gerações orienta a construção de palafitas e embarcações adaptadas às variações sazonais dos rios. A metodologia adotada integrou revisão bibliográfica, entrevistas semiestruturadas, observação participante, visitas in loco e registros fotográficos. Essa abordagem qualitativa permitiu a imersão na realidade local, proporcionando uma compreensão aprofundada das técnicas construtivas, dos materiais utilizados e da simbologia presente nas habitações e embarcações ribeirinhas. Os resultados revelam que a arquitetura ribeirinha não se restringe à funcionalidade: ela reflete uma lógica ambientalmente adaptativa e culturalmente significativa. As palafitas, por exemplo, representam uma resposta resiliente às cheias sazonais e traduzem um saber ambiental intergeracional. Da mesma forma, as embarcações artesanais desempenham papel central na mobilidade e na economia local. Entretanto, observa-se a substituição progressiva da madeira por materiais industrializados, como o alumínio nas embarcações e a alvenaria em áreas específicas das casas, especialmente banheiros. Essas alterações impactam a transmissão dos conhecimentos tradicionais e impõem novos desafios à sustentabilidade das práticas locais, mesmo quando visam melhorar o conforto ou o saneamento básico. Conclui-se que a etnoarquitetura ribeirinha constitui um patrimônio imaterial de grande relevância, cuja preservação depende do reconhecimento institucional e do fortalecimento de políticas públicas voltadas à valorização dos saberes tradicionais. A integração entre práticas ancestrais e inovações tecnológicas, quando conduzida com respeito à autonomia das comunidades, pode representar um caminho sustentável para o futuro das populações amazônicas. Assim, esta tese contribui para a valorização da etnoarquitetura como instrumento de resistência cultural, de adaptação ambiental e de inspiração para o planejamento territorial em regiões de alta vulnerabilidade climática, reforçando a necessidade de ações interdisciplinares que articulem tradição, inovação e justiça socioambiental.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia}, note = {Centro de Ciências do Ambiente} }