@MASTERSTHESIS{ 2009:91599502, title = {Variabilidade genética em populações de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)}, year = {2009}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3396", abstract = "O principal vetor do vírus Dengue é o Aedes aegypti, uma espécie originária da África. A presença do vetor nas Américas data dos séculos XVII-XVIII; a primeira introdução no Brasil aconteceu, provavelmente, no início do século XIX. Contudo, o processo de invasão do continente por Ae. aegypti ainda é mal compreendido, e as relações entre as dinâmicas de introdução/estabelecimento/expansão do vetor e as tendências epidemiológicas da doença não têm sido avaliadas de forma detalhada. Neste trabalho testamos uma série de hipóteses sobre as origens, número e dinâmicas espaciais e temporais da invasão das Américas por Ae. aegypti. As predições-chave foram testadas utilizando uma base de mais de 3000 seqüências de um fragmento do gene ND4 mitocondrial. Esta base, compilada e completada durante o desenvolvimento deste projeto, contém dados de espécimes de cinco regiões das Américas (desde os Estados Unidos até o Sul do Brasil), da África e da Ásia. As análises incluíram os seguintes aspectos: (i) diversidade genética; (ii) padrões espaciais de ocorrência de diferentes haplótipos; (iii) relações genealógicas e filogenéticas; (iv) estruturação genética populacional; e (v) demografia histórica. Os resultados sugerem dois eventos principais, provavelmente antigos, de introdução de Ae. aegypti nas Américas. Ambos envolveram a chegada inicial de populações africanas moderadamente diferenciadas à região do Caribe/Norte-Mesoamérica. Uma destas linhagens se dispersou até a Venezuela e avançou para o sul em duas ondas. A primeira onda alcançou o norte da Amazônia, onde algumas sub-populações ficaram isoladas; sugerimos que a dispersão destes vetores foi a responsável pela primeira pandemia americana de dengue (1824-1828). A segunda onda, muito mais recente, resultou na colonização de grande parte da América do Sul. A segunda linhagem, pelo contrário, alcançou o continente Sul-americano pelo Sudeste do Brasil, e se dispersou em direção norte durante a segunda pandemia (1845- ix 1851); a persistência desta linhagem no país sugere que as campanhas de erradicação nunca alcançaram seu objetivo. O encontro secundário dos descendentes das duas linhagens principais é responsável pelo padrão repetidamente reportado de alta diversidade genética das populações locais. Os dados sugerem que a dispersão passiva do vetor e os efeitos das ações de controle geram um padrão de forte estruturação genética. Em conjunto, os dados genéticos e a evolução recente do perfil epidemiológico da dengue no Brasil indicam que a efetividade das intervenções de controle se viu comprometida pelo processo de descentralização do sistema de saúde nos anos 1990. Finalmente, mostramos como os resultados das análises genéticas podem ajudar no desenho de melhores estratégias de controle e vigilância; eles podem ajudar a identificar sub-populações mais invasivas ou mais diversas do vetor, ou a definir pontos críticos para o controle-vigilância entomológicos. Os dados sugerem que estas intervenções serão importantes inclusive em localidades já colonizadas pelo vetor. Em definitiva, temos desenvolvido, utilizando dados sobre variabilidade genética populacional, uma proposta capaz de dar conta do processo de invasão das Américas por A. aegypti e estabelecido as possíveis correspondências entre os padrões de diversidade genética desta espécie de vetor e as dinâmicas espaciais e temporais da epidemiologia da dengue no Brasil.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia}, note = {Faculdade de Ciências Farmacêuticas} }