@MASTERSTHESIS{ 2017:487015019, title = {Cultivadores de guaraná: um estudo do processo de monopolização do território pelo capital no município de Maués-AM}, year = {2017}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5899", abstract = "O presente trabalho teve como objetivo compreender o processo de monopolização do território pelo capital no município de Maués-AM a partir da produção comercial do guaraná. Como atividade econômica constatou-se que a comercialização do guaraná é registrada desde o século XVII por meio dos Indígenas Sateré Mawé, os inventores dessa cultura, que nessa época já estabeleciam relações de comercio desse produto com os europeus e posteriormente com os bolivianos e cuiabanos. A partir dos séculos XIX e XX a atividade comercial do guaraná foi sendo incorporada por aqueles que foram fruto da miscigenação forçada entre os colonos portugueses e as mulheres indígenas, ou seja, pelos camponeses, que passaram a predominar no cultivo e na comercialização do guaraná no município de Maués. Com o crescimento das indústrias de bebidas à base de guaraná no início do século XX, as antigas empresas Antártica de São Paulo e Andrade de Manaus passaram nesse período a comercializar o guaraná junto aos camponeses de Maués, e por conta da demanda crescente por matéria prima, a partir de 1964 a empresa de bebidas Antártica instala sua fábrica de extratos do guaraná na cidade de Maués, criando a partir daí uma nova dinâmica social, econômica e espacial nesse município. Em 1999 a então empresa de bebidas Antártica se fundiu com a cervejaria Brahma, resultando na Companhia de Bebidas das Américas-AmBev, uma das maiores empresas de bebidas do mundo atualmente. Na década de 90 Maués registra uma forte crise na produção do guaraná, o que fará com que a AmBev em parceria com a Embrapa passem a difundir o guaraná clonado, que são mudas mais produtivas e resistentes as doenças. Essas mudas melhoradas começaram a ser distribuídas principalmente a partir dos anos 2000, por meio de financiamento junto aos bancos. No município de Maués o guaraná clonado encontrou aceitação e ao mesmo tempo resistência por parte dos camponeses, porém, é uma racionalidade produtiva que aos poucos vem se propagando, onde o maior exemplo dessa difusão é a localidade rural conhecida como Urupadi, onde cerca de 60% dos camponeses trabalham com os clones, o que faz com que eles produzam mais de 60% de toda produção do guaraná do município de Maués. Na parte da comercialização a AmBev usa um sistema de comercio do guaraná por meio de atravessadores, que são financiados pela empresa para comercializar a matéria prima junto aos camponeses, com quem em muitos casos estabelecem relações de integração. A pesquisa permitiu constatar que os camponeses na sua relação com o capital encontram-se cada vez mais dependentes, porém, isso não significa o fim de sua autonomia, apenas uma necessidade de reprodução social e econômica pautada na atividade do guaraná.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Geografia}, note = {Instituto de Ciências Humanas e Letras} }