@MASTERSTHESIS{ 2020:901363156, title = {Fazendo a feira: primatas uacaris (Cacajao, Pitheciidae) selecionam frutos de tamanho ideal para uma refeição parcimoniosa.}, year = {2020}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7957", abstract = "A teoria do forrageamento ótimo prediz que animais buscam, simultaneamente,minimizar o tempo gasto no processamento do alimento e maximizar o ganho energético obtido pelo alimento. Para testar essa premissa, no capítulo um monitoramos e analisamos o forrageio de um primata especializado em sementes de frutos imaturos, o uacari-de-costa-dourado (Cacajao ouakary, primata da família Pitheciideae) ao predarem drupóides grandes monospérmicas de cascas grossas e tamanho variável de macucu (Aldina latifolia, Fabaceae). Utilizamos para isso, amostragem por varredura “scan-sampling” e ad libitum para registrar as observações de alimentação, medidas dos frutos consumidos e não-consumidos, a penetrabilidade da casca destes, e o tamanho das mãos de C. ouakary taxidermizados. Para testar se os uacaris estavam selecionado frutos com as melhores características, comparamos 8 métricas de 75 comidas e 105 sementes/frutos não-consumidos coletados. Nossa hipótese é que uacari-de-costa-dourada consumirá frutos da classe de tamanho e com características que exige menos tempo para obter, manipular e ingerir, devido à dificuldade de manipulação de objetos maiores que a palma da mão deste primata. Seguindo nossas premissas, Cacajao ouakary seleciona frutos de Aldina latifolia com tamanho e peso médios desproporcionais à sua abundância, minimizando o tempo gasto no processamento do alimento e maximizando o ganho energético. Em termos de rendimento energético por unidade de tempo, a escolha de vagens de tamanho médio se encaixa na teoria do forrageamento ótimo. O maior tempo gasto no processamento de drupóide grandes de A. latifolia para C. ouakary também podem ser atribuídos a dificuldades em manipular objetos de cinco a sete vezes o tamanho da palma da mão do animal e um sexto do seu próprio peso corporal. Este resultado nos levou ao segundo capítulo desta dissertação. Os vertebrados são frequentemente limitados pelo tamanho do alimento, pois estes não correspondem à capacidade limite de abertura da boca e ao tamanho corpóreo, além de demandar maior tempo e habilidade de manuseio. A anatomia das mãos e boca de primatas frugívoros pode, portanto, limitar o consumo de frutos superiores à capacidade de encaixe na boca, o que, no caso, pode tornar o processo energicamente desgastante pelo aumento no esforço aplicado no manuseio, abertura e mastigação do fruto. Diante do exposto, o objetivo do segundo capítulo foi analisar a empunhadura e a capacidade máxima de encaixe da boca no fruto e determinar se estes parâmetros são critérios na seleção de frutos na dieta alimentar do gênero Cacajao. Desta forma, testamos a significância da biometria do tamanho da mão e abertura máxima da boca (gape) de quatro taxa de Cacajao, cujos espécimes são provenientes de coleções zoológicas, em relação à lista de espécies de árvores na área de vida dos primatas, categorizando os fruto sem consumidos e não-consumidos. A hipótese levantada para esta questão é que primatas do gênero Cacajao minimizarão os gastos energéticos na obtenção do alimento, ao escolherem frutos de fácil empunhadura (grip), fácil encaixe na abertura máxima da boca(gape) e que também apresentem sementes com dimensões inferiores à distância entre caninos. Salvo C. melanocephalus, os uacaris, no processo de escolha das espécies que irão compor sua dieta, não consideram o nível de dificuldade de manuseio com base no tamanho do fruto. Cacajao c. calvus, C. c. ucayalii e C. ouakary apresentam em sua dieta mais espécies de frutos de “fácil” manuseio, seguido dos “manuseáveis” e de “fácil”encaixe entre os caninos. Em relação ao C. melanocephalus, mesmo tendo disponível mais espécies de frutos de “fácil” manuseio e encaixe entre os caninos, optou pelas espécies com frutos “manuseáveis”, de “difícil” encaixe e menor frequência, além de consumir quase todas as espécies com frutos “difíceis” disponível em sua área de vida.Os frutos consumidos pelo primata foram, em média, significativamente maior do que os não consumidos. As diferenças encontradas na seleção de frutos da dieta de C.melanocephalus em relação aos demais primatas foram atribuídas ao seu tamanho corpóreo e habitat.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Zoologia}, note = {Instituto de Ciências Biológicas} }